A indústria global de malas está a testemunhar uma revolução inclusiva e conectada em 2025, com a integração da tecnologia IoT em todo o cenário, o aumento de designs que atendem a grupos sub-representados e a expansão agressiva em mercados emergentes inexplorados, impulsionando um crescimento sem precedentes. Com base no impulso anterior, uma nova análise da Euromonitor International projeta que o mercado atingirá US$ 73,2 bilhões até 2030, com bagagens habilitadas para IoT e segmentos de design inclusivo crescendo a um CAGR de 16,3% – ultrapassando a indústria geral em quase 10 pontos percentuais. Esta evolução reflete uma mudança mais ampla na indústria: a bagagem não é mais apenas uma solução de armazenamento, mas uma parte da vida moderna universalmente acessível e perfeitamente conectada.
A conectividade IoT evoluiu além do rastreamento básico para uma integração inteligente em todo o cenário, permitindo que a bagagem interaja com ecossistemas de viagem e dispositivos pessoais. Liderando a iniciativa está a marca chinesa 90 Points, que lançou a mala “Smart Link Pro” – equipada com chips IoT multiprotocolo que sincronizam com aplicativos de companhias aéreas para atualizar automaticamente informações de voo, sistemas de navegação de aeroporto para sugerir rotas mais curtas até os portões de embarque e plataformas de check-in de hotel para pré-registrar bagagem. O produto registou um aumento de 124% nas vendas na Ásia-Pacífico desde o seu lançamento em 2024, com 71% dos viajantes de negócios a reportarem uma redução do stress das viagens. A marca norte-americana Tumi levou a conectividade ainda mais longe com sua linha “Global Tracker X”, apresentando rastreamento por satélite (eliminando zonas mortas de celulares) e integração com aplicativos de compartilhamento de viagens – os usuários podem enviar a localização de suas bagagens em tempo real aos motoristas, reduzindo os incidentes de perda de bagagem em 68%. Além disso, a tecnologia de gestão de energia está a avançar: a colaboração da Samsung com a Samsonite produziu uma mala com otimização de bateria alimentada por IA, que ajusta a distribuição de energia entre portas USB e ferramentas de rastreamento com base nos padrões de utilização, prolongando a vida útil da bateria em 3x. O mercado global de bagagem habilitado para IoT é agora avaliado em
8,5 bilhões, acima de
2,1 bilhões em 2022.
O design inclusivo emergiu como um imperativo moral e comercial, com marcas desenvolvendo bagagens para viajantes com deficiência, donos de animais de estimação e outros grupos carentes. Para viajantes com dificuldades de locomoção, a marca alemã Otto Bock fez parceria com a Rimowa para criar o “Accessible Travel System” – uma mala com rodas motorizadas que pode subir escadas (até 5 cm de altura), alça retrátil com empunhadura ergonômica e fechos magnéticos para fácil abertura com destreza manual limitada. A coleção capturou 18% do mercado global de bagagem adaptável, com 92% dos usuários relatando maior independência de viagem. Os equipamentos de viagem para animais de estimação também estão em alta: a marca norte-americana PetFusion lançou a mala “Pet Companion”, com um compartimento para animais de estimação ventilado e testado em colisões (adequado para cães/gatos pequenos) que se converte em uma caixa portátil, além de tigelas embutidas para comida/água e dispensadores de sacos de lixo. As vendas cresceram 109% desde 2023, impulsionadas pelo aumento nas viagens que aceitam animais de estimação – 62% dos viajantes dos EUA agora trazem animais de estimação nas viagens. Para viajantes com deficiência visual, a marca japonesa Sony integrou sensores ultrassônicos em sua linha “Guide Luggage”, que emite alertas vibratórios ao se aproximar de obstáculos e sincroniza com aplicativos leitores de tela para anunciar o conteúdo do compartimento. A bagagem inclusiva agora representa 24% das vendas globais, acima dos 9% em 2020.
Os mercados emergentes no Sudeste Asiático, na América Latina e em África estão a tornar-se motores de crescimento críticos, com marcas que se dirigem aos consumidores da classe média com designs acessíveis, duráveis e específicos para cada região. O Sudeste Asiático lidera o ataque: Indonésia, Tailândia e Vietname registam um crescimento de dois dígitos, impulsionado pelo aumento dos rendimentos disponíveis e pelo turismo interno – as viagens anuais na região atingiram 420 milhões em 2024, um aumento de 58% em relação a 2022. A marca local Kibbles lançou um (
80−
120) linha de malas com cascos resistentes à água (adaptados a climas tropicais) e rodas reforçadas para estradas irregulares, conquistando 15% do mercado indonésio. A América Latina também está se expandindo rapidamente: Brasil, México e Argentina estão testemunhando um aumento na demanda por malas de médio porte, com a Samsonite lançando uma linha “LatAm Essential” ao preço de
150−
200, com cores vibrantes e zíperes antirroubo (atendendo a questões de segurança regionais). A linha vendeu 1,2 milhão de unidades em seu primeiro ano. O mercado de África é incipiente mas promissor: a África do Sul, a Nigéria e o Quénia estão a registar um crescimento nos centros urbanos, com a marca chinesa Xiaomi a oferecer bagagem inteligente a preços acessíveis (
100−
150) com recursos básicos de rastreamento, atraindo jovens consumidores com experiência em tecnologia. Os mercados emergentes contribuem agora com 38% da receita global de bagagem, acima dos 25% em 2019.
A dinâmica do mercado regional é moldada pelas necessidades de acessibilidade e pelo crescimento económico. A Ásia-Pacífico lidera em bagagem inclusiva e habilitada para IoT: o Smart Link Pro da 90 Points é a mala inteligente mais vendida na China e na Coreia do Sul, enquanto o Guide Luggage da Sony domina no Japão. A Europa é um centro de equipamentos de viagem adaptáveis e para animais de estimação: o Accessible Travel System da Otto Bock-Rimowa é popular na Alemanha e no Reino Unido, enquanto o Pet Companion da PetFusion é líder na França e na Espanha. A América do Norte impulsiona a demanda por bagagem acessível e para animais de estimação: as vendas da PetFusion estão 45% concentradas nos EUA, e a Otto Bock-Rimowa garantiu parcerias com as principais companhias aéreas dos EUA para promover bagagem adaptável. O Sudeste Asiático e a América Latina estão focados em designs duráveis e acessíveis: Kibbles e a linha LatAm Essential da Samsonite são líderes de mercado, com distribuição se expandindo para áreas rurais por meio de plataformas de comércio eletrônico como Shopee e Mercado Libre.
Apesar do forte crescimento, a indústria enfrenta desafios nos mercados emergentes, incluindo sensibilidade aos preços e limitações de infra-estruturas. Em África, por exemplo, as elevadas tarifas de importação (até 30% na Nigéria) aumentam os preços de retalho, levando marcas como a Xiaomi a explorar a produção local. No Sudeste Asiático, as más condições das estradas danificam as rodas das bagagens, levando a Kibbles a investir em componentes de borracha reforçada. Para um design inclusivo, o alto custo dos recursos especializados (por exemplo, rodas motorizadas) limita a acessibilidade – o Accessible Travel System da Otto Bock-Rimowa é vendido por
1.499, fazendo com que a marca lance um produto mais acessível (
899) versão com recursos adaptativos básicos. Além disso, a bagagem IoT enfrenta obstáculos regulatórios em alguns países: a Diretiva de Equipamentos de Rádio da UE exige certificação rigorosa para dispositivos de rastreamento, atrasando o lançamento de alguns modelos inteligentes.
Olhando para o futuro, o crescimento da indústria de malas será definido pela conectividade, inclusão e expansão geográfica. Os especialistas prevêem que a integração da IoT se aprofundará: as bagagens futuras serão sincronizadas com cidades inteligentes para navegar nos transportes públicos e alertar os usuários sobre atrasos nos voos em tempo real. O design inclusivo se tornará padrão, com as marcas incorporando recursos adaptativos (por exemplo, alças removíveis, compartimentos para animais de estimação) em linhas convencionais, em vez de coleções de nicho. Os mercados emergentes impulsionarão o crescimento do volume, com as marcas a investir na produção local para reduzir custos e adaptar os designs às necessidades regionais. À medida que a indústria se torna mais conectada e inclusiva, a bagagem evolui para servir todos os viajantes, independentemente da capacidade, estilo de vida ou localização, solidificando o seu papel como parte essencial do ecossistema global de viagens e impulsionando a expansão sustentada do mercado.